domingo, 29 de agosto de 2010

Cadê você...

























Eu ainda a procuro
Não desisti
De te achar
Te conquistar
De estar ali

Sei que não se fica só
Não combino com a solidão
Você no meu sonho
Beleza ímpar
Minha cura dessa ilusão

Não a tenho porque não sabes
Sei que ainda esperas,
Irei descobrir-te
Estavas tão perto
E não te via
Só porque o tempo não permitia

Te vejo a refletir
Fina como essa lâmina d'água
Trêmula a sentir a brisa que lhe aviva o rosto
Espelho que te revela etérea, platônica
Perfeita como o meu gosto

Hoje foges
Como tudo que hoje me foge
Mas, se como tudo, desvaneces
Não é porque já é tarde
É que o caos é construto
De uma nova realidade
Reveladora que é
De uma faceta da eternidade

Nesse invólucro onírico
Eu insisto em me fechar
Porque aqui, hermético
Nesse pequeno mundo
Conhecendo o seu fundo
Sei que vou te achar
E continuando contigo
Curando o que está ferido
Voltarei a amar

Que sou?
















Que sou?
Ou quem sou?
Onde estarei
O que ganharei,
Para onde eu irei?

Já andei, caminhei
Não sei aonde cheguei
É tão longe essa estrada
Me desgasta a caminhada
Estou trôpego,
Corroída a alma

Humanidade
Não dá mais tempo
De ir atrás, é tão tarde!
De ir em busca da verdade

Qual é a próxima ação
Pra quem está de mudança?
Se suas coisas passam
E você fica perdido
Enquanto procura uma razão
Tudo perde o sentido

Sou apenas um subvertido
A espera de uma mão
Com tantos rostos conhecidos
Eu passo despercebido
Como um na multidão

Os ponteiros já caminham
Atirada está a lança
E abaixo do seu arco
É iniciada a dança
Tão veloz e tão certeira
Sua trajetória inexorável
Sua chegada verdadeira

Não lancei aquela seta
Não marquei o seu caminho
Mas não estou a salvo
No seu alcance, sou alvo
Sei que não estou sozinho

Pudesse eu pará-la
Ou descobrir o seu frecheiro
Persuadir-lhe a mão, o arco
Atrasar-lhe o tiro derradeiro

Pudesse eu parar o tempo
Pois com a frecha atirada
Controlaria sua rotina
Saberia sua caminhada

Então determinaria
O que viesse à frente
Reconstruiria objetivos
Avisaria minha gente

E, em atitude derradeira
Escolheria o caminho
Se há uma flecha certeira
Então modelaria o futuro
Apressaria minha carreira