quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

E se eu sair...?



E se eu sair?
Como ficará o estar aqui?
Porventura não seria
Como tudo sempre quis?
Nada muda, continua
Não entendo o que se diz

O que vejo não agrada
Se agrada já não sei
O que sei de nada importa
Se o que vejo perderei

Até pego e distancio
Mas não chego, nada vi
Todos, tudo qualquer nada
Mas se sinto, repeti

Pra que ver ou que pergunta?
Cadê a indagação
E se  nego, se afirmo
Cada sim reflete um não

Tem resposta não completa
Quero a definição
Se perguntas, te pergunto:
Por que sim, e por que não?

Nada sei mas tudo inquiro
Não me dá satisfação
Esse eterno questionário
Mas que indefinição

Eu te quero minha resposta
Quê de investigação
Satisfeita, temporária
É apenas uma questão

Te caçando ó essência
Singular interrogação
Só revela que existes!
Sei que não estás à mão

Se és coisa, se não és
Se deparo frente a frente
Ou pneuma tu serias
Só estás na minha mente?

Mas então, o que apalpo?
Não basta objetivar?
Ou seria teu conceito
Que eu poderia pegar?
E te transformar em coisa
Apertar, me espetar

Não tem jeito te pergunto
Seria isso uma procissão?
Não começa pois não vejo
E seu fim? Não vejo não

Eu só sei que eu indago
Faço observação
Cogito, ergo sum!
Mas, que raios, dedução!

Vem, me diga, per favore!
Te questiono, calo não!
Essa linha em espiral
Essa averiguação
Faz parte de minha essência
Calarei na solidão.

Por: Josué Santos