terça-feira, 20 de outubro de 2009

Qualquer coisa

























Que me encha
Me distraia
Faças rir e esquecer


Que ajuste
Minha mente
Entorpeça o meu ser


Te aguardo
Me aguardas
Bem na curva
Te querer
Desejar desesperado
Uma fuga do sofrer


Me abraça
Me envolva
Me desloque
Já daqui
Que o ser já não o seja
Devaneio e porvir


Nessa fuga
Nesse rastro
Dissolvendo
Me arrasto


No etéreo
Num vislumbre
Nessa cauda
Nesse véu
Em delícias
Eu vagueio
Vou em plumas
Falta o chão


Que arraso
O outro mundo
Dele fujo
Ó solidão!


Que me venha
Qualquer coisa
Que me leve
Já daqui


Doces fugas
Que abrandam
A tormenta
Que já vi


Como pode
O cosmonauta
Como a luz
Fugir de si?


Cada passo
Cada traço
Que se tenta
De per si


Só me leva
Só me faz
Em uma volta
Até aqui


Ó Eterno
Ser sublime
O ideal
Que nunca vi
Ó me salves
Lhe prometo
Do que ser
Abrir-me a ti


A prisão
Que se derrama
Não contém
Do que me fiz


Me revela
Limitado
Mas eterno
Sem ter fim


Sou essência
De tua alma
O teu ser ligado a mim
O que faço?
Pra que lado
Se não fujo
Devo ir?


Te espero
Te aguardo
Completude
Sem aqui


Te reveles!
Eu me abro!
Só não quero
Insistir


Nessa busca
Que desgasta
Que corrói
Até ter fim! 


JGSantos

Um comentário:

  1. Rapaz, não conhecia esse seu dom. Josué poeta! rsrs Maravilha, gostei muito, parabéns!

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