sábado, 18 de setembro de 2010

Eu já estive no vale




















Eu já estive no vale
E foi lá que ouvi
Murmúrios, gemidos, lamentos
Senti o uivo do vento
A tinir o ouvido ali dentro

Eu sei o que é o vale escuro
E as suas paredes sombrias
Despenhadeiros, penhascos, e a ânsia
De quem de baixo, não consegue alegria

A espera de uma mão que o arranque
Do desgaste, o alívio, um estanque
Dessa dor, da cruel agonia
De passar uma noite vazia

Sem esperança ao olhar para cima
E divisar apenas céu cinzento
Mas ainda assim acreditar num alento
Por saber que a espera acabaria

Então vê despontar o dia
O clarão, salvação, mão que guia
O Eterno, a resposta que chega
Sem demora, o resgate alivia

E, enfim, de ser livre do vale
Na campina a andar livremente
E rever o renovo, sua gente
Vê que a fé não é algo latente
Mas quem espera naquele que não mente
Chega o dia de ter novamente
Renovada a esperança de um crente.

2 comentários:

  1. Oi Josué, minha mãe fala muito de vc.
    Bom vê-lo por aqui e saber que vc também escreve.

    Gostei desse texto. muito verdadeiro.

    Abraços,

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  2. Essa foi a melhor de todas até agora, porque eu sei que você escreveu à tinta de sangue. Deus te abençõe meu querido. Parabéns!

    Renato

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